segunda-feira, 25 de novembro de 2024

A VERDADE DO SENHOR PERMANECE PARA SEMPRE


Trovejas sobre mim, Senhor, teus juízos; sacodes com temor e tremor meus ossos todos e minha alma se apavora. Paro atônito e considero que até os céus não são puros diante de teus olhos (cf. Jó 15,15; 4,18).

Se nos anjos encontraste maldade e não os poupaste, que será de mim? Caíram as estrelas do céu (cf. Ap 6,13) e eu, pó, a que me atrevo? Aqueles, cujas obras pareciam excelentes, tombaram profundamente, e os que comiam o pão dos anjos passaram a se deleitar com as vagens dos porcos.

Não há santidade, Senhor, se retiras tua mão; nenhuma sabedoria será proveitosa, se desistires da tua orientação; força alguma conta, sem a tua conservação. Pois abandonados, afundamos e perecemos; mas visitados, nos erguemos e vivemos.

Somos instáveis, por ti nos firmamos. Tíbios, por ti nos afervoramos. Foi absorvida toda vanglória na profundeza de teus juízos sobre mim. Que é a carne diante de ti? Acaso se gloriará o barro contra quem o plasma? (cf. Is 29,16).

Como poderá erguer-se com jactância o coração daquele que é submisso a Deus de verdade? O mundo inteiro não consegue ensoberbecer aquele que a verdade conseguiu submeter; nem os lábios elogiosos de todos poderão abalar quem toda sua esperança pôde firmar em Deus.

Pois aqueles que falam, nada dizem; passarão com o som das palavras; porém a verdade do Senhor permanece para sempre (Sl 116,2).

(Da Imitação de Cristo, de Thomas de Kempis)

MEDITAÇÕES PARA CADA DIA DA SEMANA (II)


SEGUNDA FEIRA - SOBRE O PECADO MORTAL

Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós. Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim.

I. Se soubesses, meu filho, o que fazes cometendo um pecado mortal! Voltas às costas para Deus, que te criou e cumulou de benefícios; desprezas sua graça e sua amizade; e dizes com teus atos: 'Afastai-vos de mim, Senhor, já não vos quero obedecer, nem servir, nem vos reconhecer por meu Deus. Não vos servirei! Quero que meu deus seja este prazer, esta vingança, esta cólera, esta má conversação, esta blasfêmia...'

Pode-se imaginar ingratidão mais monstruosa? Entretanto, meu filho, foi isso o que fizeste todas as vezes que ofendeste ao teu Senhor.

II. Essa ingratidão é mais grave porque, para cometê-la, tu te serves dos próprios dons que Deus te deu. Ouvidos, olhos, boca, língua, mãos e pés te foram dados por Deus, e tu os empregaste para ofendê-lo. Ouve o que te diz o Senhor: 'Meu filho, Eu te criei do nada; Eu te dei tudo o que tens; nasceste na verdadeira Religião; Eu te concedi a graça do Batismo; podia ter-te deixado morrer quando estavas em pecado, e te conservei a vida para não te mandar ao Inferno; e tu, esquecendo tantos benefícios, queres servir-te desses meios que Eu mesmo te dei, para ofender-me?

Como não morrer de dor diante dessa enorme injúria lançada contra um Deus tão bom e tão benéfico em relação a nós, míseras criaturas suas?

III. Considera ademais que esse Deus, apesar de sua bondade e misericórdia infinitas, não deixa de estar justamente indignado com tuas ofensas, e que, quanto mais continuas vivendo no pecado, tanto mais excitas contra ti sua cólera.

Deves por isso temer que o senhor te abandone, se multiplicas teus pecados. Não porque te falte sua misericórdia, mas porque não terás tempo de pedir perdão, já que não merece a misericórdia do Senhor quem abusa dela para ofendê-lo. Grande é o número dos pecadores que viveram no pecado com a esperança de se converterem, e a morte chegou quando menos a esperavam. Deus não lhes deu tempo perdidos para sempre.

Não tremes em pensar que pode acontecer-te o mesmo? Depois de tantas culpas que Deus te perdoou, não poderá Ele te castigar ao primeiro pecado mortal que cometas, e precipitar-te logo no Inferno?

Dá-lhe graças por te ter esperado até agora e toma uma firme resolução, dizendo: 'Ó meu Deus, quanto vos ofendi até o presente! Basta! Quero empregar toda a vida que me resta em vos amar, em chorar meus pecados, arrependendo-me deles de todo o meu coração; meu Jesus, quero amar-vos, dai-me forças. Virgem Santíssima, Mãe de Deus, ajudai-me. Assim seja.

(São João Bosco)

domingo, 24 de novembro de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

   

'Deus é Rei e se vestiu de majestade, glória ao Senhor!' (Sl 92)

Primeira Leitura (Dn 7,13-14) - Segunda Leitura (Ap 1,5-8) -  Evangelho (Jo 18,33b-37)

  24/11/2024 - SOLENIDADE DE CRISTO REI 

51. JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO 


Jesus Cristo é o Rei do Universo. Como Filho Unigênito de Deus, Ele é o herdeiro universal de toda a criação, senhor supremo e absoluto de toda criatura e de toda a existência de qualquer criatura, no céu, na terra e abaixo da terra. A realeza de Cristo abrange, portanto, a totalidade do gênero humano, como expresso nas palavras do Papa Leão XIII: 'Seu império não abrange tão só as nações católicas ou os cristãos batizados, que juridicamente pertencem à Igreja, ainda quando dela separados por opiniões errôneas ou pelo cisma: estende-se igualmente e sem exceções aos homens todos, mesmo alheios à fé cristã, de modo que o império de Cristo Jesus abarca, em todo rigor da verdade, o gênero humano inteiro' (Encíclica Annum Sacrum, 1899).

E, neste sentido, o domínio do seu reinado é universal e sua autoridade é suprema e absoluta. Cristo é, pois, a fonte única de salvação tanto para as nações como para todos os indivíduos. 'Não há salvação em nenhum outro; porque abaixo do Céu nenhum outro nome foi dado aos homens, pelo qual nós devemos ser salvos' (At 4, 12). O livre-arbítrio permite ao ser humano optar pela rebeldia e soberba de elevar a criatura sobre o Criador, mas os frutos de tal loucura é a condenação eterna.

A realeza de Cristo é, entretanto, principalmente interna e de natureza espiritual. Provam-no com toda evidência as palavras da Escritura acima referidas, e, em muitas circunstâncias, o proceder do próprio Salvador. Quando os judeus, e até os Apóstolos, erradamente imaginavam que o Messias libertaria seu povo para restaurar o reino de Israel, Jesus desfez o erro e dissipou a ilusória esperança. Quando, tomada de entusiasmo, a turba que o cerca o quer proclamar rei, com a fuga furta-se o Senhor a estas honras e oculta-se. Mais tarde, perante o governador romano, declara que seu reino 'não é deste mundo'. Neste reino, tal como no-lo descreve o Evangelho, é pela penitência que devem os homens entrar. Ninguém, com efeito, pode nele ser admitido sem a fé e o batismo; mas o batismo, conquanto seja um rito exterior, figura e realiza uma regeneração interna. Este reino opõe-se ao reino de Satanás e ao poder das trevas; de seus adeptos exige o desprendimento não só das riquezas e dos bens terrestres, como ainda a mansidão, a fome e sede da justiça, a abnegação de si mesmo, para carregar com a cruz. Foi para adquirir a Igreja que Cristo, enquanto 'Redentor', verteu o seu sangue; para isto é, que, enquanto 'Sacerdote', se ofereceu e de contínuo se oferece como vítima. Quem não vê, em consequência, que sua realeza deve ser de índole toda espiritual? (Encíclica Quas Primas de Pio XI, 1925).

Cristo Rei se manifesta por inteiro pela sua Santa Igreja e, por meio dela e por sua paixão, morte e ressurreição, atrai para si a humanidade inteira, libertada do pecado e da morte, que será o último adversário a ser vencido. E quando voltar, há de separar o joio do trigo, as ovelhas e o cabritos, uns para a glória eterna, outros para a danação eterna: 'Quando o Filho do Homem vier em sua glória, acompanhado de todos os anjos, então se assentará em seu trono glorioso. Todos os povos da terra serão reunidos diante dele, e ele separará uns dos outros, assim como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. E colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda... estes irão para o castigo eterno, enquanto os justos irão para a vida eterna' (Mt 25, 31 - 33.46).

INDULGÊNCIA PLENÁRIA DO DOMINGO DE CRISTO REI

  

Neste domingo, dia da solenidade de Cristo Rei, recebe Indulgência Plenária todo fiel* que recitar, publicamente e com piedosa devoção, o ato de consagração do gênero humano a Jesus Cristo Rei.

Dulcíssimo Jesus, Redentor do gênero humano, lançai sobre nós que humildemente estamos prostrados na vossa presença, os vossos olhares. Nós somos e queremos ser vossos; e, a fim de podermos viver mais intimamente unidos a vós, cada um de nós se consagra, espontaneamente, neste dia, ao vosso sacratíssimo Coração. 

Muitos há que nunca vos conheceram; muitos, desprezando os vossos mandamentos, vos renegaram. Benigníssimo Jesus, tende piedade de uns e de outros e trazei-os todos ao vosso Sagrado Coração.

Senhor, sede rei não somente dos fiéis, que nunca de vós se afastaram, mas também dos filhos pródigos, que vos abandonaram; fazei que estes tornem, quanto antes, à casa paterna, para não perecerem de miséria e de fome. Sede rei dos que vivem iludidos no erro, ou separados de vós pela discórdia; trazei-os ao porto da verdade e à unidade da fé, a fim de que, em breve, haja um só rebanho e um só pastor.

Senhor, conservai incólume a vossa Igreja, e dai-lhe uma liberdade segura e sem peias; concedei ordem e paz a todos os povos; fazei que, de um polo a outro do mundo, ressoe uma só voz: louvado seja o coração divino, que nos trouxe a salvação; honra e glória a ele, por todos os séculos. Amém.

* Para que alguém seja capaz de lucrar indulgências, deve ser batizado, não estar excomungado e encontrar-se em estado de graça, pelo menos no fim das obras prescritas. O fiel deve também ter intenção, ao menos geral, de ganhar a indulgência e cumprir as ações prescritas, no tempo determinado e no modo devido, segundo o teor da concessão. A indulgência plenária só se pode ganhar uma vez ao dia.

MEDITAÇÕES PARA CADA DIA DA SEMANA (I)


DOMINGO - SOBRE A FINALIDADE DO HOMEM

Meu Deus, eu me arrependo de todo o coração por vos ter ofendido; peço-vos a graça de compreender as verdades que vou meditar e de inflamar-me de amor por Vós. Virgem Santíssima, Mãe de Jesus, rogai por mim.

I. Considera, meu filho, que Deus te criou à sua imagem e semelhança, que te deu uma alma e um corpo, sem que da tua parte houvesse para isso nenhum mérito. Ademais, pelo Batismo Deus te fez seu filho, te amou sempre e te ama ainda como Pai amoroso; o único fim para o qual te criou é para que o ames e sirvas a Ele nesta vida e, desse modo, possas merecer um dia ser eternamente feliz com Ele no Paraíso.

Não penses que vives neste mundo para divertir, enriquecer, comer, beber e dormir, como os animais irracionais; pois o fim para o qual foste criado é infinitamente mais nobre e mais sublime; ou seja, para amar e servir a Deus nesta vida, e salvar assim a tua alma.

Se procederes desse modo, que consolo sentirás na hora da morte! Mas se, pelo contrário, não pensares seriamente em servir a Deus, que remorsos não sentirás naquele instante, em que reconhecerás claramente que as riquezas e os prazeres, que tanto procuraste na terra, só serviram para encher de amarguras o teu coração, fazendo-te ver o dano que causaram à tua alma!.

Por isso, meu filho, não queiras ser daqueles que só pensam em satisfazer o corpo com atos, palavras e divertimentos censuráveis; e, no fim da vida, se encontrar em grande perigo de perdição eterna. O secretário de um rei da Inglaterra morreu exclamando: 'Infeliz de mim!Gastei tanto papel para escrever as cartas de meu senhor, e não empreguei sequer uma folha de papel para anotar meus pecados e fazer uma boa confissão!'.

II. Verás melhor a importância do teu fim se considerares que tua salvação eterna ou tua eterna condenação dependem de ti. Se salvas tua alma, muito bem, serás feliz para sempre; mas se a perdes, perdes tudo - alma, corpo, Céu, Deus que é teu fim. E para toda a eternidade serás desgraçado!

Não imites a loucura dos desgraçados que dizem: 'Vou cometer agora este pecado, mas depois me confessarei'.Não te enganes a ti mesmo com tais palavras, porque o Senhor amaldiçoa o homem que peca na esperança de obter perdão. Lembra-te de que os condenados que estão no Inferno tinham a intenção de mais tarde se converter e, apesar disso, se perderam por toda a eternidade.

Estás seguro de que Deus te concederá tempo para te confessares? Quem te garante que não morrerás logo depois de pecar e que tua alma não será precipitada imediatamente no Inferno? Não achas que seria loucura se te feristes gravemente, na esperança de encontrar depois um médico que te curasse? Renuncia, pois, ao pensamento enganador de só mais tarde te consagrares ao serviço de Deus; hoje mesmo detesta e abandona o pecado, que é o maior de todos os males e que, desviando-te do teu fim último, te priva de todos os bens.

III. Quero também que conheças um terrível laço de que se serve o demônio para prender e levar à perdição grande número de cristãos: é deixar que se instruam na Religião, mas que depois não a pratiquem. Sabem perfeitamente que Deus os criou para amá-lo e servir a Ele; e, no entanto, empregam todo o tempo em lavrar a própria ruína eterna! De fato quantas pessoas vemos no mundo que pensam em tudo, menos na sua salvação!

Se se diz a um jovem que freqüente os sacramentos, que faça um pouco de oração ou algo assim, logo responde: 'Tenho outras coisas que fazer, tenho que trabalhar, que me divertir...'. Ó infeliz! E não tens uma alma para salvar? Quanto a ti, jovem católico que lês estas considerações, não te deixes enganar pelo demônio; promete a Deus que de agora em diante todas as tuas palavras, pensamentos e ações se orientarão para a salvação da tua alma.

Grave loucura seria procurares com tanto afinco o que deve acabar em pouco tempo e te esqueceres da eternidade que não tem fim. São Luís Gonzaga poderia ter gozado de todos os prazeres, honras e riquezas deste mundo, mas renunciou a todos eles dizendo: 'De que me servem essas coisas para a vida eterna?'. Conclui tu também com este pensamento: 'Tenho uma alma; se a perco, perco tudo. Ainda que ganhasse o mundo inteiro à custa de minha alma, de que me aproveitaria?' De que serve ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder sua alma?

Se chego a ser um grande homem, um homem muito rico, se consigo atingir a celebridade como sábio que domina todas as ciências e todas as artes do mundo, mas depois perco minha alma, de que me adiantarão todas essas coisas? A própria sabedoria de Salomão não me valeria de nada se me condenasse. Diz, pois assim: 'Deus me criou para salvar a minha alma, e quero salvá-la a todo custo; amar a Deus e salvar minha alma serão, a partir de agora, o único objetivo de todos os meus cuidados. Trata-se de ser eternamente feliz ou eternamente desgraçado; devo estar resolvido a perder tudo para me salvar. Meu Deus, perdoai os meus pecados e não permitais que jamais tenha a desgraça de vos ofender novamente; ajudai-me com vossa santa graça para que vos possa amar e servir fielmente. Maria, minha esperança, rogai por mim'.

(São João Bosco)

sábado, 23 de novembro de 2024

PROFECIAS CATÓLICAS (VI)

👉 Beata Anna-Maria Taigi (século XIX): 'Deus enviará dois castigos: um será sob a forma de guerras, revoluções e outros males: terá origem na terra, o outro será enviado do Céu. Sobre toda a terra cairá uma escuridão intensa que durará três dias e três noites. Não se verá nada, e o ar estará carregado de pestes que atingirão principalmente, mas não só, os inimigos da religião. Durante esta escuridão, será impossível utilizar qualquer tipo de iluminação artificial, exceto velas abençoadas. Aquele que, por curiosidade, abrir a janela para olhar para fora, ou sair de casa, cairá morto no local. Durante esses três dias, as pessoas devem permanecer em suas casas, rezar o Rosário e implorar a Deus por misericórdia'.

'Todos os inimigos da Igreja, conhecidos ou desconhecidos, perecerão em toda a terra durante essa escuridão universal, com exceção de alguns que Deus vai permitir a conversão. O ar será infetado por demônios que aparecerão sob todo o tipo de formas hediondas'.

'A religião será perseguida e os sacerdotes massacrados. As igrejas serão fechadas, mas apenas por um curto período de tempo. O Santo Padre será obrigado a deixar Roma'.

'A França cairá numa terrível anarquia. Os franceses terão uma guerra civil desesperada, durante a qual até os mais velhos pegarão em armas. Os partidos políticos, tendo esgotado o seu sangue e a sua raiva sem conseguirem chegar a qualquer acordo satisfatório, concordarão, no último extremo, em recorrer à Santa Sé. Então o Papa nomeará um Rei Cristianíssimo para o governo de França'.

'Depois dos três dias de trevas, São Pedro e São Paulo, tendo descido do Céu, pregarão em todo o mundo e designarão um novo Papa. Uma grande luz sairá dos seus corpos e incidirá sobre o cardeal que se tornará Papa. O cristianismo espalhar-se-á então por todo o mundo. Ele é o Santo Pontífice, escolhido por Deus para resistir à tempestade. No fim, ele terá o dom dos milagres e o seu nome será louvado em toda a terra.

'Nações inteiras voltarão para a Igreja e a face da terra será renovada. A Rússia, a Inglaterra e a China retornarão para a Igreja'.

Comentários: Estas profecias não acrescentam nada de novo ao que já sabemos por meio de outras profecias de mesmo teor, mas traz mais evidências a respeito dos eventos que estão por vir. Poder-se-ia duvidar se tivéssemos apenas duas ou três profecias diferentes, mas não seria razoável fazê-lo quando possuímos mais de cem, provenientes de diferentes fontes.

👉 Padre Nectou, S.J. (Provincial dos Jesuítas no sudoeste de França no século XVIII; as profecias a seguir foram feitas por volta de 1760): 'Quando acontecerem as coisas das quais se originará o triunfo da Igreja, reinará na terra uma tal confusão que os homens pensarão que Deus lhes permitiu ter a sua própria vontade contrária e que a Providência de Deus não se preocupa com o mundo. A confusão será tão geral que os homens não poderão pensar corretamente, como se Deus tivesse negado a sua Providência à Humanidade, e que, durante a pior crise, o melhor que se pode fazer é permanecer onde Deus nos colocou e perseverar em fervorosas orações. Na França formar-se-ão dois partidos que lutarão até à morte. O partido do mal será inicialmente mais forte e o partido do bem será mais fraco. Nessa altura, haverá uma crise tão terrível que as pessoas acreditarão que chegou o fim do mundo. O sangue correrá em muitas grandes cidades'.

'Uma grande multidão de pessoas perderá a vida nesses tempos calamitosos, mas os ímpios não prevalecerão. Eles tentarão, de fato, destruir toda a Igreja, mas não lhes será dado tempo suficiente, porque a crise terrível será de curta duração. Quando tudo for considerado perdido, tudo será salvo. Essa catástrofe ocorrerá pouco depois que o poder da Inglaterra começar a diminuir. Esse será o sinal. Como quando a figueira começa a brotar e a produzir folhas é um sinal seguro de que o verão está próximo. A Inglaterra, por sua vez, passará por uma revolução mais terrível do que a da França. Ela durará o tempo suficiente para que a França recupere suas forças; então ela ajudará a Inglaterra a restaurar a paz e a ordem'.

'Durante essa revolução, que muito provavelmente será geral e não se limitará à França, Paris será tão completamente destruída que, vinte anos depois, os pais que caminharem sobre suas ruínas com seus filhos serão perguntados por eles que tipo de lugar era aquele; ao que eles responderão: 'Meus filhos, esta era uma grande cidade que Deus destruiu por causa dos seus crimes'.

'Sim, Paris certamente será destruída: mas, antes que isso aconteça, tais sinais e presságios serão vistos, que todas as pessoas boas serão induzidas a fugir dela. Depois destes acontecimentos espantosos, a ordem será restabelecida em toda parte. A justiça reinará em todo o mundo, e a contrarrevolução será consumada. O triunfo da Igreja será então tão completo que nunca se viu nada igual. Os cristãos que tiverem a sorte de sobreviver agradecerão a Deus por tê-los preservado e por lhes ter dado o privilégio de contemplar esse glorioso triunfo da Igreja'

'Um homem que não é apreciado pela França será colocado no trono: um homem da Casa de Orleães será feito rei. Só depois deste acontecimento é que começará a contrarrevolução'.

Comentários: Estas profecias são muito interessantes por várias razões. No entanto, a precisão é tal que faz suspeitar de uma interpolação feita, talvez, há 100 anos, quando Legitimistas e Orleanistas disputavam a Coroa francesa. O Padre Nectou morreu antes da Revolução de 1789, isto é, antes que o rei Luís XVI fosse assassinado na sequência de uma votação em que participou o chefe da Casa de Orleães. No entanto, o Padre Nectou previu que a Casa de Orleães não seria apreciada em França. Ora, o que é interessante é que a Casa de Orleães se tornou herdeira da Coroa francesa quando o Conde de Chambord morreu sem filhos, em 1883. Será que o Padre Nectou previu realmente tudo isto? Quererá dizer que o herdeiro da Casa de Orleães deve redimir o crime do seu antepassado? Parece-me pouco provável, mas mantenho o espírito aberto.

Além disso, uma profecia já citada anteriormente diz que o Grande Rei surgirá de uma família real que é 'agora considerada extinta'. Não se trata certamente da Casa de Orleães, mas poderia ser um descendente de Luís XVII que, de acordo com a história, morreu durante a revolução em criança, mas que, com base em muitas provas, foi de fato contrabandeado para fora da sua prisão e substituído por uma criança moribunda. Pessoalmente, estou inclinado a acreditar que o Grande Rei não virá de nenhuma destas famílias, mas de um outro ramo que será verdadeiramente europeu. Parece-me um pouco difícil supor que um rei francês seria aceito como governante de toda a Europa Ocidental. Finalmente, algumas profecias parecem permitir inferir que um Rei de Orleães reinará de fato, mas apenas por um período muito curto, para ser substituído pelo Grande Rei. Se assim for, então a profecia do Padre Nectou pode ser totalmente autêntica, pois em parte alguma ele diz que o Rei de Orleães será o Grande Rei, o braço secular do Papa, o vencedor dos maometanos, o governante da Europa, etc.

O fato de todos estes acontecimentos estarem iminentes é hoje inquestionável. O Padre Nectou fornece-nos uma prova suplementar: o declínio do poder da Inglaterra. De fato, a Inglaterra perdeu o seu império desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Pior ainda, parece ter perdido o sentido da sua missão. Todas as nações ocidentais têm uma missão, a de levar a civilização aos povos primitivos. E, assim, está pronto o palco para o castigo que as profecias dizem que será muito severo para a Inglaterra.

👉 Jeanne le Royer (Irmã da Natividade): Nasceu em 1731 e tornou-se freira em 1755. Sendo analfabeta, ditava as suas revelações aos seus diretores espirituais. Mais tarde, porém, assaltada por escrúpulos, mandou deitar ao fogo essas primeiras cópias. Cerca de trinta anos mais tarde, em 1790, o seu novo diretor espiritual, P. Genet, voltou a escrever as suas revelações. Ele já tinha escrito quatro livros quando o seu trabalho foi interrompido pelas perseguições movidas contra a Igreja pelos revolucionários. Parece provável que ela tenha previsto os terríveis acontecimentos da Revolução Francesa nas suas revelações anteriores, que foram destruídas. No entanto, quando a fúria dos inimigos de Deus se desencadeou a partir de 1789, tornou-se claro que ela tinha uma missão e foi provavelmente persuadida a desenvolver as suas visões. A santa freira morreu em 1798. Eis alguns excertos que parecem ter uma relação com o nosso tempo.

'Vejo que o século que começa em 1800 não será ainda o último. O reinado do Anticristo está a aproximar-se. Os espessos vapores que tenho visto subindo da terra e obscurecendo a luz do sol são as falsas máximas da irreligião e da licença que estão confundindo todos os princípios sadios e espalhando por toda parte tal escuridão que obscurece tanto a fé quanto a razão.

Comentários: Em 1790, as 'falsas máximas' que menciona já estavam a ser postas em prática pelos revolucionários. Mas estas 'falsas máximas' tinham sido formuladas muito antes e eram difundidas livremente por uma certa escola de filósofos nas salas de estar da moda durante o reinado de Luís XV. Estes filósofos eram invariavelmente maçons - um pormenor muito significativo que, no entanto, é normalmente ignorado pelos historiadores modernos. No entanto, se quisermos compreender o desenvolvimento do Mistério da Iniquidade até aos nossos dias, é essencial saber que estas ideias destrutivas, que emanam de França e se espalham pelo mundo, eram essencialmente ideias maçônicas. Uma vez que estas ideias eram de origem judaica e, portanto, anti-cristãs, é fácil compreender porque é que a sua aceitação no mundo moderno levou a humanidade à beira do abismo. Existem, evidentemente, provas bibliográficas convincentes de uma conspiração judaico-maçónica a partir do século XVIII, mas não estão facilmente disponíveis. Por isso, a simples menção de um complô 'judaico-maçónico' é geralmente descartada como extremismo de direita.

Outro erro, cuidadosamente cultivado pelos inimigos da Igreja, é que a Revolução Francesa foi a revolta espontânea de uma população oprimida. Na realidade, com exceção de algumas queixas locais bem fundamentadas, o campesinato francês era o mais próspero de todos os países europeus! Longe de ser uma revolta popular, a Revolução Francesa foi provocada por um sector da nobreza que, algumas décadas antes, tinha recebido luxuosamente os 'filósofos' nas suas salas de estar e absorvido as suas falsas ideias! Mas esses mesmos nobres e suas damas perderam a cabeça na guilhotina, depois de terem despertado e desencadeado a fúria das multidões.

Esta digressão é necessária para compreender melhor a agitação atual, pois a Revolução ainda está entre nós. As questões podem ter mudado, mas o espírito é o mesmo, e agora está presente em todo o mundo. Por detrás de tudo isto está, evidentemente, um poder espiritual que não hesitarei em nomear, por muito antiquado que possa parecer: é o demônio na sua luta milenar contra Deus. Ele sabe que o seu tempo está a esgotar-se: está a intensificar os seus esforços e, sendo inteligente, percebe que os seus colaboradores mais prováveis devem ser procurados entre aqueles que crucificaram Cristo. É o que tem feito ao longo dos séculos e, mais particularmente, a partir do século VIII, até ao momento em que o Mistério da Iniquidade se completará no reino terreno dos judeus sob o Anticristo. Muitas profecias privadas dizem-no, e não poucos Doutores da Igreja pensaram assim. Voltemos agora à Irmã Jeanne.

'Um dia ouvi uma voz que dizia: “A nova Constituição parecerá a muitos diferente do que realmente é. Eles a abençoarão como um presente da Igreja. Abençoá-la-ão como uma dádiva do Céu, quando, na verdade, é enviada do Inferno e permitida por Deus na sua justa ira. Será apenas pelos seus efeitos que as pessoas serão levadas a reconhecer o Dragão que queria destruir tudo e devorar tudo'.

'Uma noite vi um certo número de eclesiásticos. A sua altivez e o seu ar de severidade pareciam exigir o respeito de todos. Obrigavam os fiéis a segui-los. Mas Deus ordenou-me que me opusesse a eles: Eles já não têm o direito de falar em meu nome. Disse-me Jesus. É contra a minha vontade que eles cumpram um mandato para o qual já não são dignos'.

'Vi um grande poder levantar-se contra a Igreja. Saqueou, devastou e lançou na confusão e na desordem a vinha do Senhor, fazendo-a ser espezinhada pelo povo e ridicularizada por todas as nações. Depois de ter vilipendiado o celibato e oprimido o sacerdócio, teve o desplante de confiscar os bens da Igreja e de se arrogar os poderes do Santo Padre, cuja pessoa e cujas leis desprezava'.

'Tive uma visão: Diante do Pai e do Filho - ambos sentados - ajoelhava-se uma virgem de incomparável beleza, representando a Igreja. O Espírito Santo estendeu as suas asas luminosas sobre a virgem e as duas outras pessoas. As chagas de Nosso Senhor pareciam vivas. Apoiado na Cruz com uma das mãos, oferece ao Pai, com a outra, o cálice que a Virgem lhe deu. Ela apoia o cálice que o Mestre segura no meio. O Pai põe uma mão no cálice e levanta a outra para abençoar a virgem'.

'Notei que o cálice estava cheio de sangue apenas pela metade, e ouvi estas palavras ditas pelo Salvador no momento da apresentação: ‘Não estarei plenamente satisfeito enquanto não puder enchê-lo até a borda’. Compreendi então que o conteúdo do cálice representava o sangue dos primeiros mártires, e que este vistão se referia às últimas perseguições dos cristãos, cujo sangue encheria o cálice, completando assim o número dos mártires e predestinados. Com efeito, no fim dos tempos, haverá tantos mártires como na Igreja primitiva, e até mais, pois as perseguições serão muito mais violentas. Então o Juízo Final não será mais adiado'.

'Vejo em Deus que, muito tempo antes do aparecimento do Anticristo, o mundo será afligido por muitas guerras sangrentas. Os povos levantar-se-ão contra os povos, e as nações levantar-se-ão contra as nações, por vezes aliadas, por vezes inimigas, na sua luta contra o mesmo partido. Exércitos entrarão em terríveis colisões e encherão a Terra de assassinatos e carnificinas'.

'Essas guerras internas e externas causarão enormes sacrifícios, profanações, escândalos e males infinitos, por causa das incursões que serão feitas na Igreja. Além disso, vejo que a terra será abalada em diferentes lugares por terremotos espantosos. Vejo montanhas inteiras rachando e se dividindo com um barulho terrível. Vejo sair dessas montanhas escancaradas redemoinhos de fumo, fogo, enxofre, alcatrão, que reduzem a cinzas cidades inteiras. Tudo isso e mil outras catástrofes devem vir antes da ascensão do Homem do Pecado (Anticristo)'.

Comentários: Isto é o que eu chamei em outras partes de ' A Grande Tempestade', um período de guerras civis e estrangeiras, anarquia e caos em todo o mundo, e escravidão sob o comunismo, do qual só Deus nos pode salvar. Esta libertação será feita através de desastres naturais e será seguida por um período de completa paz e harmonia entre as pessoas e as nações sob o reinado do Grande Monarca e do Santo Papa. No final deste reinado glorioso, virá o Anticristo. Ele será aceite pela nação judaica como o seu messias e rei e controlará toda a terra.

A sequência de eventos acima é óbvia em um número tão grande de profecias particulares, vindas de todas as nações e de todos os séculos passados, que é impossível para qualquer estudante sério de profecias particulares ter qualquer dúvida razoável de que esses eventos acontecerão como revelados. Deve-se ter em mente, em relação a essas profecias, que as comunicações como as conhecemos hoje não existiam nem mesmo cinquenta anos atrás. O que dizer então dos séculos anteriores? Os arquivos medievais descobertos numa pequena aldeia alemã, por exemplo, no século XVI, não poderiam ter qualquer relação com os registos provenientes de uma aldeia francesa ou italiana, num século anterior ou posterior. E há centenas delas!

Pela minha parte, estudei nada menos que 300 profecias diferentes. Além disso, as profecias mais antigas descrevem com exatidão acontecimentos posteriores, como a Reforma, a Revolução Francesa, a ascensão do capitalismo e da democracia, e mesmo o comunismo. O cético pode dizer que estas profecias são um disparate, mas o disparate está na sua própria mente. Ou ainda, pode dizer que são apenas 'particulares', mas o mesmo acontece com Lourdes e Fátima; o mesmo acontece com o Escapulário e o Rosário. Pouco importa, de fato, se uma revelação é privada ou pública, desde que tenha dado provas razoáveis de ser verdadeira. Voltemos de novo à Irmã Jeanne (continua).

(Excertos da obra 'Catholic Prophecy: The Coming Chastisement', de Yves Durant)

sexta-feira, 22 de novembro de 2024

22 DE NOVEMBRO - SANTA CECÍLIA

 


Cecília, virgem e mártir romana do século III sob o império de Marco Aurélio, foi a primeira santa da Igreja exumada com corpo incorrupto, muitos séculos após a sua morte, fato que a tornou de imediato uma das santas mais veneradas da Idade Média e que levou o seu nome a figurar no próprio Cânon da Missa.

Os poucos dados disponíveis de sua vida foram relatados na obra 'Paixão de Santa Cecília', do século V. Sabe-se que, desde muito cedo, Cecília perdeu os pais e ofereceu-se a Deus como Esposa de Cristo. Contra as suas pretensões, foi prometida pelos seus parentes em casamento a Valeriano, um jovem nobre romano. Como esposa de Valeriano, conseguiu a conversão do marido e a sua aceitação a uma vida conjugal como irmãos. Mais tarde, Tibúrcio, irmão de Valeriano, também abraçou plenamente a fé cristã.

Em função da perseguição romana aos que professavam a fé cristã e, uma vez denunciados, Valeriano e Tibúrcio foram decapitados. Quanto a Cecília, foi condenada inicialmente à morte por asfixia em uma câmara úmida sob elevadas temperaturas. Ilesa diante dessa condenação, Cecília foi levada a um templo para ser decapitada e, mesmo mortalmente ferida, agonizou ainda por muito tempo. Seu corpo foi sepultado, na mesma posição de sua morte, nas catacumbas romanas.

Em 1599, o túmulo de Santa Cecília foi encontrado e, uma vez aberto, revelou o corpo intacto da santa em uma posição de suave repouso, imagem que foi reproduzida e ratificada em uma célebre escultura de puro mármore feita pelo artista Stefano Maderno (1566-1636). É considerada a padroeira da música sacra e dos músicos, sendo comumente representada com um instrumento musical porque, durante os festejos do seu casamento, durante músicas e canções festivas, teria elevado o pensamento a Deus em piedosa aspiração: 'Senhor, guardai sem mancha meu corpo e minha alma, para que eu não seja confundida'. 

(decapitação de Santa Cecília)

(estátua em mármore de Santa Cecília)


Santa Cecília, rogai por nós!