quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

TESOURO DE EXEMPLOS (391/393)


391. A SAUDAÇÃO CRISTÃ

O famoso poeta protestante Klopstock contava, numa carta ao poeta Michael Denis que, numa viagem pela Suíça, todos os homens, quando descia do carro, lhe dirigiam a bela saudação: 'Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo'. Êle nunca ouvira aquelas palavras e não sabia que fossem uma saudação e, por isso, não sabia responder. Mas elas calaram no seu coração e mais tarde admirou-se de não ter pensado numa resposta tão natural e tão simples,como: 'Para sempre seja louvado'. Quando dela ficou sabendo, aquela saudação pareceu-lhe tão bela e tão oportuna para os cristãos de todas as condições que desejaria ouvi-la em tôdas as circunstâncias e em todo o lugar'.
Como seria belo, realmente se todos os cristãos a adotassem! E' a saudação cristã por excelência.

392. UMA BOA LIÇÃO

Foi nos primeiros anos do governo de Napoleão. Na vigília de Natal, um general convidara para uma ceia alguns oficiais graduados e um marechal. Terminado o banquete, surgiu a questão como passariam alegremente mais algumas horas. Um deles disse levianamente: 
➖Vamos à missa da meia-noite.
➖ Ótimo! À missa da meia-noite!

Entraram na igreja de São Roque. Pode-se imaginar com que devoção entravam na igreja aqueles que haviam ceado lauta e alegremente; sem dúvida não procuravam outra coisa que satisfazer a curiosidade e passar o tempo.

Mas eis que, inesperadamente, um homem de baixa estatura, que se ocultara no seu capote, surgiu diante deles e lhes disse em voz alta e em tom seco e imperioso:
➖ Estais procedendo mal. Quando se vem à igreja, é preciso ter uma conduta conveniente ao lugar sagrado. Guardai respeito e permanecei em silêncio, senhores!
O homem oculto no capote era o Imperador em pessoa, Napoleão I, que fazia guarda na igreja de São Roque, em Paris.

393. UMA LUZ SAÍA DO TÚMULO

Numa ilha do Lago Maior, na Itália, um jovem e ardente diácono foi martirizado cruelmente. Seu nome era Arialdo. Os carrascos sepultaram o seu cadáver no mesmo sítio do martírio, julgando que tudo estava acabado. Mas eis que, à noite, uma luz vivíssima saía da tumba e todos os pescadores do lago, ao vê-la, acudiram ao local. 

Oliva, a mulher perversa que o mandara matar, cansada do que se falava, ordenou que levassem o cadáver para uma outra ilha. Ali também se renovou o prodígio e com mais luzes ainda. O cadáver foi então arrojado a um sótão do castelo de Travallio. Mais fachos de luzes, que traspassavam as paredes e as profundidades, indicavam aos homens onde se achava o corpo do santo. Resolveu-se por isso, lançá-lo ao lago atado com uma grande pedra, para que o corpo não voltasse nunca mais à superfície. Note-se que o que aqui se refere está nas memórias contemporâneas sobre as quais não há motivo de dúvida alguma.

Dez meses depois, reapareceu o corpo à flor da água e foi posto intacto sobre a margem do Valtravaglia. Oliva teve receio e procurou sufocar a notícia do maravilhoso caso. Mandou transportar o corpo ao penhasco de Arona, encarregando seus servos de o destruírem a ferro e fogo. Mas tudo em vão. O povo da cidade de Milão, logo que soube do sucesso, saiu com bandeiras e armas à conquista do santo corpo. 

Foi numa manhã luminosa: o corpo do mártir Arialdo, colocado numa nau, navegava ao largo do rio Ticino. O' maravilhoso triunfo da fé! Sobre as duas margens do rio, o povo estava apinhado, empunhando cruzes e velas. Repicavam os sinos. As crianças tocavam campainhas, toda árvore e todo lugar alto era ocupado pelos fieis desejosos de ver o corpo; os enfermos saravam, os pecadores choravam suas culpas e todos se sentiam trocados e mudados para uma vida melhor (cf. Meda Bassorilievi). Como o esplendor dos santos, assim é a força e a luz da verdade que emana da Igreja. Em vão se quer combater a fé, combater o papa. A Igreja triunfará com Cristo hoje, e sempre, e por todos os séculos.

(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)

ANTÍFONA DO Ó - 18 DE DEZEMBRO

As Antífonas do Ó são sete orações especialmente cantadas durante o tempo do Advento, particularmente ao longo da semana que antecede o Natal. A autoria das antífonas, que remontam aos séculos VII e VIII, tem sido comumente atribuída ao papa Gregório Magno. São sete orações extremamente curtas, sempre iniciadas pela interjeição Ó, correspondendo a sete diferentes súplicas manifestadas a Jesus Cristo, na expectativa do nascimento do Menino - Deus entre os homens, que é invocado sob sete diferentes títulos messiânicos tomados do Antigo Testamento.

18 de dezembro

O Adonai
et Dux domus Israel,
qui Moysi in igne flammæ rubi apparuisti
et ei in Sina legem dedisti:
Veni ad redimendum nos in brachio extento
 

Ó Adonai
guia da casa de Israel,
que aparecestes a Moisés na chama do fogo
no meio da sarça ardente e lhe deste a lei no Sinai
Vinde resgatar-nos pelo poder do Vosso braço.

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A SANTIDADE SEGUNDO ANTONIETA MEO

 


Esta é a história de uma santificação que não teve sete anos de história. Uma história que, sendo universal, seria apenas uma pequena história feita e construída de arroubos infantis e travessuras de crianças. Mas essa definitivamente não é a história de Antonieta Meo. Antonieta, quarta filha de Maria e Miguel Meo, nasceu em Roma em dia 15 de dezembro de 1930 e foi batizada no dia 28 do mesmo mês, na feasta dos Santos Inocentes.

Criança alegre e social, Nennolina - como era carinhosamente chamada pela família - vivia uma infância absolutamente comum e, quando ainda não tinha três anos, já frequentava as aulas e catequese espiritual do Colégio das Irmãs Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus, situado ao lado de sua casa. Pouco mais de um ano depois, a tranquilidade da família Meo foi brutalmente afetada quando a menina foi diagnosticada com um osteossarcoma a partir de exames médicos do que parecia, a prinícipio, não passar de um simples inchaço do joelho esquerdo.

Os desdobramentos da doença foram rápidos e sem paliativos. Os tratamentos por injeções de cálcio e outras medidas terapéuticas eram particularmente dolorosas. Sob os cuidados extremados da mãe, foi instada a compartilhar os seus sofrimentos aos de Jesus no Calvário, o que acatou de pronto e com singular alegria. Neste propósito, com firme e perseverante determinação, oferecia todas os seus sofrimentos em favor da Igreja, do papa, pela paz no mundo, pela salvação dos pecadores, pelos missionários e pelas crianças da África. Nada a separou dessa via dolorosa de santificação, nem mesmo quando teve a sua perna esquerda amputada em abril de 1936.


Diante da gravidade da doença, os pais de Antonieta decidiram antecipar a sua Primeira Comunhão e, para lhe dar a preparação necessária, a própria mãe se encarregou de lhe oferecer aulas de catecismo em ritmo acelerado. Mais que isso, sugeriu à filha escrever uma carta à superiora do convento onde estudava, pedindo para fazer a Primeira Comunhão no Natal daquele ano. Uma vez escrita esta primeira carta, uma sucessão interminável de outras foram escritas pela menina - um registro extraordinário de sua pequena via de santificação - encaminhadas aos Céus e endereçadas a Deus Pai, a Jesus, ao Espírito Santo, à Nossa Senhora e até mesmo a santas da Igreja, como Santa Inês e a Santa Teresinha do Menino Jesus.

Tratam-se de cartas ditadas à mãe, com os termos, gramática e recursos de uma criança que não sabia ainda escrever. Mais tarde, ela mesmo escreveu algumas com os erros próprios da sua escrita e as assinava simplesmente como 'Antonieta e Jesus'. Alguns desses registros são apresentados a seguir [com correções, mas tentando manter a ternura original de Nennolina] e, ainda que sejam poucos, nos dão uma portentosa ideia da beleza dessa alma, entregue por completo ao amos pelo Crucificado e imbuída de repentes teológicos surpreendentes, como as petições constantes em favor da Igreja e da salvação das almas.


'Querido Jesus, sofreste tanto na flagelação com paciência; quero aprender que, se me derem uma bofetada ou me insultarem, não tenho que retribuir, mas tenho que aceitar bem isso por teu amor' .

'Querido Jesus, ofereço-te todos os meus sacrifícios em reparação pelos pecados que os pecadores  cometem: mas tu ajudas-me porque sem a tua ajuda nada posso fazer... Querido Jesus, sei que sofreste tanto na cruz e, nesta semana da Paixão, quero sofrer contigo, quero sofrer pelas almas que precisam, para que se convertam'.

'Querida Senhora Imaculada, diga a Jesus que eu o amo muito. Querida Senhora, amanhã ajude-me a fazer uma boa confissão e que todos os meus pecados venham à mente e ajude-me a não cometê-los novamente e quero corrigir todos os meus defeitos para me tornar melhor e agradar a Jesus e a você, querida Senhora. Querida Senhora, amo-te muito e diz ao Espírito Santo que me ilumine e me abençoe... Querido Jesus Eucaristia, amo-te muito e estou muito feliz porque amanhã de manhã irei recebê-lo na Sagrada Comunhão. Querido Jesus, amanhã quando você estiver em meu coração, imagine que minha alma é uma maçã e, assim como as sementes estão dentro da maçã, dentro da minha alma há um armário, e assim como a semente está sob a casca das sementes brancas , então certifique-se de que dentro do armário esteja a sua graça, que seria como a semente branca e certifique-se de deixar sempre essa graça comigo'.

'Querido menino Jesus: tu és santo! Você é bom: me ajude! Dá-me esta graça: devolve-me a perna! ... Me devolva minha perninha, se quiser! Se não quiser, faça a sua vontade ... Querido Jesus, dá-me a força necessária para suportar as dores que te ofereço pelos pecadores... Querido Jesus, quero abandonar-me nas tuas mãos: faze de mim o que Tu queres!'.

'Querido Jesus, amo-te muito e quero estar sempre perto de ti. Querido Jesus, quero ser a tua lâmpada que arde perto de ti com uma chama de amor, e o teu lírio que sempre fica para enfeitar o altar e te adora... Querido Jesus, eu te amo muito, muito mesmo, ó Jesus, e quero ser a tua lâmpada e o teu lírio: o lírio que representa a pureza da alma e a lâmpada que representa a chama do amor que nunca te deixa sozinho'.

'Querido Jesus, sei que te ofendem muito. Quero reparar todas essas ofensas! Querido Jesus, se você fosse um homem como nós e se trancasse dentro de uma casa, não sentiria os insultos que lhe são feitos! Isto é o que você poderia fazer: entre no meu coração e fique fechado comigo e farei muitos sacrifícios por você e lhe direi algumas palavrinhas para consolá-lo! … Querido Deus Pai, diga a Jesus que farei um lugar agradável para ele em meu coração, para que ele possa dormir bem e descansar em meu coração!… Amado Jesus, não abandone mais o meu coração! Fique sempre comigo!

'Jesus, gostaria destas três graças: a primeira, tornar-me santa e isso é o mais importante; o segundo, dê-me almas; o terceiro, deixe-me andar bem, mas isso realmente não é muito importante'.

'Querido Jesus Crucificado, amo-te tanto e amo-te tanto que quero estar contigo no Calvário e sofro de alegria porque sei que estou no Calvário. Querido Jesus, agradeço-te por me teres enviado esta doença porque é um meio de chegar ao Céu'.


Antonieta recebeu a Primeira Comunhão no Natal de 1936, mesmo com dores e as dificuldades do aparelho ortopédico E, em maio de 1937, recebeu o Sacramento da Crisma. Em meados de junho, a doença evoluiu rapidamente pelo corpo da menina, causando-lhe espasmos e asfixia e, mesmo assim, ainda ditava as suas cartinhas. Em 3 de julho de 1937, aos seis anos e meio de idade, Antonieta Meo recebeu a sua coroa de glória no Céu. Nennolina foi reconhecida como venerável em dezembro de 2007 pelo Papa Bento XVI, que a apresentou como modelo de inspiração para as crianças do mundo inteiro.

ANTÍFONA DO Ó - 17 DE DEZEMBRO

As Antífonas do Ó são sete orações especialmente cantadas durante o tempo do Advento, particularmente ao longo da semana que antecede o Natal. A autoria das antífonas, que remontam aos séculos VII e VIII, tem sido comumente atribuída ao papa Gregório Magno. São sete orações extremamente curtas, sempre iniciadas pela interjeição Ó, correspondendo a sete diferentes súplicas manifestadas a Jesus Cristo, na expectativa do nascimento do Menino - Deus entre os homens, que é invocado sob sete diferentes títulos messiânicos tomados do Antigo Testamento.


17 de dezembro

O Sapientia
quæ ex ore Altissimi prodisti,
attingens a fine usque ad finem,
fortiter suaviter disponens omnia:
Veni ad docendum nos viam prudentiae   


Ó Sabedoria
que saístes da boca do altíssimo
atingindo de uma a outra extremidade
e tudo dispondo com força e suavidade:
Vinde ensinar-nos o caminho da prudência

segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

TERCEIRA SEMANA DO ADVENTO


AS TÊMPORAS DO ADVENTO

As Têmporas do Advento ocorrem na terceira semana do Advento, após o Domingo Gaudete (Terceiro Domingo do Advento), anunciando o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, com um sentido próprio de espera e de preparação para o Natal.

As Têmporas são quatro períodos especiais de celebrações litúrgicas da Igreja, que remontam ao Antigo Testamento. Quatro vezes ao ano, nas mudanças das estações, consagrava-se três dias da semana - quarta-feira, sexta-feira e o sábado - ao jejum, à abstinência e à oração, sendo o sábado o dia mais solene, dedicado particularmente às ordenações da Igreja. Constituem, portanto, dias muito especiais para invocação e oração dos fieis a Deus pela dádiva de pastores zelosos para o rebanho do Senhor. As Têmporas do Advento do ano de 2024 são celebradas, portanto, nos próximos dias 18/12, 20/12 e 21/12/2024.

domingo, 15 de dezembro de 2024

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'Exultai cantando alegres, habitantes de Sião,
porque é grande em vosso meio o Deus Santo de Israel!

Primeira Leitura (Sf 3,14-18a) - Segunda Leitura (Fl 4,4-7) -  Evangelho (Lc 3,10-18)

  15/12/2024 - TERCEIRO DOMINGO DO ADVENTO 

'QUE DEVEMOS FAZER?' 


Neste domingo, Terceiro Domingo do Advento, mais uma vez, a mensagem profética que ressoa pelos tempos vem da boca de João Batista. Em Betânia, além do Jordão, diante da expectativa da chegada do Messias e da interrogação dos sacerdotes e dos levitas sobre a sua identidade, João Batista foi sucinto e categórico em suas respostas: 'Eu não sou o Cristo'. 'Eu não sou Elias'. 'Eu não sou o Profeta'. E sintetiza tudo: 'Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Eu não sou digno de desamarrar a correia de suas sandálias' (Lc 3, 16). Eis o primado de João: Jesus vem, a sua Vinda é iminente: alegrai-vos todos porque o céu vai tocar a terra e fazer novas todas as coisas.

Eis o Advento do Senhor: depois da vigilância e da conversão, vivenciados nos domingos anteriores, segue agora o ressoar das trombetas da legítima alegria cristã neste terceiro domingo. Sim, alegria cristã, alegria plena do amor de Cristo, proclamada nas palavras do Profeta Sofonias: 'alegra-te e exulta de todo o coração, cidade de Jerusalém!' (Sf 3, 14) e também na Carta de São Paulo aos Filipenses: 'Alegrai-vos sempre no Senhor; eu repito, alegrai-vos' (Fl 4, 4). Neste deleite da graça, esparge-se a luz do entendimento da fé e amolda-se suavemente a paz divina ao coração humano que palpita inquieto enquanto não repousar definitivamente em Deus.

Eis, então, a pergunta das multidões ansiosas, confiantes, vigilantes, convertidas - a João Batista: 'Que devemos fazer?' (Lc 3, 10). Assim perguntaram os levitas e os sacerdotes, assim perguntaram os soldados, assim perguntaram os cobradores de impostos. E, assim, perguntamos nós e os homens de todos os tempos, no sentido de experimentarmos verdadeiramente a alegria do Senhor, a paz definitiva, a fé que move montanhas e inquieta os corações humanos.

A resposta de Jesus é essa: 'Amai-vos uns aos outros assim como eu vos amei' (Jo 15,12). Eis aí a alegria cristã em plenitude, porta que nunca se abre para dentro, à espera que o bem se realize e a luz de fora inunde o nosso interior de graças e bênçãos; não, esta travessia de santidade impõe abrir o nosso coração ao outro, amor de doação que se nutre do bem que se faz e não do bem que se usufrui. Conhecedores desta verdade, poderemos efetivamente compreender, nos umbrais da verdadeira alegria cristã no Senhor, as palavras testamentais de Paulo: 'não sou eu que vivo, mas é o Cristo que vive em mim' (Gl 2,20).

sábado, 14 de dezembro de 2024

SOBRE OS MISTÉRIOS ESCONDIDOS DE JESUS CRISTO

O apóstolo Paulo falou acerca de Cristo: 'Nele estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência de Deus' (Cl 2, 3). A alma não pode ter acesso a estes tesouros, nem consegue alcançá-los se não houver antes atravessado e entrado na espessura dos trabalhos, sofrendo interna e externamente e sem ter primeiro recebido de Deus muitos benefícios intelectuais e sensíveis e sem prévio e contínuo exercício espiritual.

Tudo isto é, sem dúvida, insignificante; são meras disposições para as sublimes profundidades do conhecimento dos mistérios de Cristo, a mais alta sabedoria a que se pode chegar nesta vida. Quem dera reconhecessem os homens ser totalmente impossível chegar à espessura das riquezas e da sabedoria de Deus! Importa antes entrar na espessura das labutas, suportar muitos sofrimentos, a ponto de renunciar à consolação e ao desejo dela. Com quanta razão a alma, sedenta da divina sabedoria, escolhe antes em verdade entrar na espessura da cruz.

Por isso, São Paulo exortava os efésios a não desanimarem nas tribulações, a serem fortíssimos, enraizados e fundados na caridade, para que pudessem compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altura, a profundidade, e conhecer o amor de Cristo, que ultrapassa todo conhecimento, a fim de serem cumulados até receber toda a plenitude de Deus (Ef 3, 17-19).

Já que a porta por onde se pode entrar até esta preciosa sabedoria é a cruz, e é porta estreita, muitos são os que cobiçam as delícias que por ela se alcançam; pouquíssimos os que desejam por ela entrar.

(Excertos da obra 'Cântico Espiritual', de São João da Cruz)