quarta-feira, 23 de abril de 2025

VERSUS: A ÚLTIMA AÇÃO DO PAPA FRANCISCO

O QUE ESSA ÚLTIMA AÇÃO DO PAPA FRANCISCO REALMENTE 
SIGNIFICA PARA A IGREJA DE CRISTO?

SINAL DE RECONCILIAÇÃO?


SINAL DE CONTRADIÇÃO?


(vídeo em espanhol)

terça-feira, 22 de abril de 2025

QUESTÕES SOBRE A DOUTRINA DA SALVAÇÃO (XII)

P. 25 - Ninguém é trazido à fé e à Igreja de Cristo senão aqueles que correspondem como devem às graças recebidas anteriormente?

Deus não permita; pois, embora seja certo que Deus nunca deixará de trazer à fé e à Igreja de Cristo todos aqueles que correspondem fielmente às graças que Ele lhes concede, ainda assim Ele não se obrigou em lugar algum a conceder essa singular misericórdia a nenhum outro. Se fosse esse o caso, quão poucos de fato a receberiam! Mas Deus, para mostrar as riquezas infinitas da sua bondade e misericórdia, concede-a a muitos dos mais indignos. Ele a concedeu até mesmo a muitos dos judeus endurecidos que crucificaram Jesus Cristo e aos sacerdotes que o perseguiram até a morte, embora eles tivessem se oposto obstinadamente a todos os meios que Ele havia usado anteriormente por meio da sua doutrina e milagres para convertê-los. 

Nisso, Ele age como Senhor e Mestre, e como um livre disponente dos seus próprios dons; Ele dá a todos os auxílios necessários e suficientes para o estado atual deles; àqueles que cooperam com esses auxílios, Ele nunca deixa de dar mais abundantemente; e, a fim de mostrar as riquezas da sua misericórdia, em um número dos mais indignos, Ele concede seus favores mais singulares para a conversão deles. Portanto, ninguém tem motivo para reclamar; todos devem ser solícitos em operar com o que têm; ninguém deve se desesperar por causa de sua ingratidão passada, mas ter a certeza de que Deus, que é rico em misericórdia, ainda terá misericórdia deles, se voltarem para Ele. Só devem temer e tremer aqueles que permanecem obstinados em seus maus caminhos, que continuam a resistir aos apelos da sua misericórdia e adiam sua conversão dia após dia. Pois, embora sua infinita misericórdia não conheça limites no perdão dos pecados, por mais numerosos e graves que sejam, se nos arrependermos, ainda assim as ofertas da sua misericórdia são limitadas e, se excedermos esses limites por nossa obstinação, não haverá mais misericórdia para nós. 

O tempo da misericórdia é determinado para cada um e, se deixarmos de aceitar suas ofertas dentro desse tempo, as portas da misericórdia se fecharão contra nós. Quando o noivo entra na câmara nupcial, as portas são fechadas, e as virgens tolas que não estavam preparadas são excluídas para sempre, com esta terrível reprovação de Jesus Cristo: 'Não vos conheço; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade'. Portanto, visto que nenhum homem sabe quanto tempo durará o tempo de misericórdia para ele, não deve demorar um momento sequer; se negligenciar a presente oferta, pode ser a última. Essa hora virá como um ladrão na noite, quando menos esperarmos, como o próprio Cristo nos assegura, e por isso Ele nos ordena que estejamos sempre prontos.

P. 26 - Que opinião, então, pode ser formada sobre a salvação de qualquer pessoa, em particular, que esteja fora da verdadeira Igreja de Cristo e viva em uma religião falsa?

Em resposta a isso, pode-se fazer outra pergunta: Que opinião você formaria sobre a salvação de alguém que esteja vivendo em estado aberto de pecado mortal, como adultério, roubo, impureza ou algo semelhante? Ninguém poderia presumir dizer que esse homem certamente se perderá; mas todos podem dizer que, se ele morrer nesse estado, sem arrependimento, não poderá ser salvo. Se for a vontade de Deus salvá-lo positivamente, Ele, antes que ele morra, lhe dará a graça do arrependimento sincero; porque o Deus Todo-Poderoso exige expressamente dos pecadores um arrependimento sincero como condição sem a qual eles não podem ser salvos: 'Se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis' (Lc 13,3). 

O mesmo deve ser dito de uma pessoa que está fora da Igreja verdadeira e vive em uma religião falsa. Se ela morrer nesse estado, não poderá ser salva; e se for a vontade de Deus salvá-la de fato, Ele sem dúvida a trará para a verdadeira fé e a tornará membro da Igreja de Cristo antes que ela deixe este mundo; e a razão é a mesma que no outro caso. Deus, como vimos acima, exige que todos os homens estejam unidos à Igreja pela fé verdadeira como condição de salvação e, portanto, diariamente 'acrescenta à Igreja aqueles que serão salvos' (At 2,47). Agora, embora um homem seja um grande adversário da Igreja de Cristo no momento ou um grande pecador, embora seja membro da Igreja, ainda assim, como nenhum homem pode saber o que Deus pode querer fazer por qualquer um deles antes de morrer, então nenhum homem pode declarar e dizer que um ou outro estará perdido; pois, se Deus quiser, Ele pode dar a luz da verdadeira fé a um e a graça do verdadeiro arrependimento ao outro, mesmo em seus últimos momentos, e salvá-los.

(Excertos da obra 'The Sincere Christian', V.2, do bispo escocês George Hay, 1871, tradução do autor do blog)

domingo, 20 de abril de 2025

EVANGELHO DO DOMINGO

  

'Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!' (Sl 117)

Primeira Leitura (At 10,34a.37-43) - Segunda Leitura (Cl 3,1-4 ou 1Cor 5,6b-8) -  Evangelho (Jo 20,1-9)

  20/04/2025 - DOMINGO DE PÁSCOA

PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO


Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos! A mão direita do Senhor fez maravilhas, a mão direita do Senhor me levantou. Não morrerei, mas, ao contrário, viverei para cantar as grandes obras do Senhor! Aleluia! Aleluia! Aleluia!

Eis o grande dia do Senhor, em que a vida venceu a morte, a luz iluminou as trevas, a glória de Deus se impôs aos valores do mundo. Jesus veio para fazer novas todas as coisas, abrir o caminho para o Céu, eternizar a glória de Deus na alma humana. Cristo Ressuscitado é a razão suprema de nossa fé, penhor maior de nossa esperança, causa de nossa alegria, plenitude do amor humano. Como filhos da redenção de Cristo, cantamos jubilosos a Páscoa da Ressurreição: 'Tende confiança! Eu venci o mundo' (Jo 16, 33).

O Triunfo de Cristo é o nosso triunfo pois o o Homem Novo tomou o lugar do homem do pecado. Mortos para o mundo, tornamo-nos herdeiros da ressurreição da nova vida em Deus: 'Se ressuscitastes com Cristo, esforçai-vos por alcançar as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus; aspirai às coisas celestes e não às coisas terrestres. Pois vós morrestes, e a vossa vida está escondida, com Cristo, em Deus (Cl 3, 1-3).

Entremos com Pedro no sepulcro agora vazio de Jesus: 'Viu as faixas de linho deitadas no chão e o pano que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não posto com as faixas, mas enrolado num lugar à parte' (Jo 20, 6 -7). Este sepulcro vazio é a morte do pecado, a vitória da vida sobre a morte: 'Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?' (1 Cor 15, 55). Jesus ressuscitou! Bendito é o Senhor dos Exércitos que, com a sua Ressurreição, derrotou o mundo e nos fez herdeiros do Céu! Este é o dia da alegria suprema, do triunfo da vida, do gáudio eterno dos justos. Este é o dia que o Senhor fez para nós: alegremo-nos e nele exultemos!

BÊNÇÃO URBI ET ORBI - PÁSCOA 2025

SEMANA SANTA MAIOR: PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO

    SOLENIDADE DA RESSURREIÇÃO DE NOSSO SENHOR

'Haec est dies quam fecit Dominus. Exultemus et laetemur in ea
— 
'Esse é o dia que o Senhor fez. Seja para nós dia de alegria e felicidade'
 (Sl 117, 24)

Cristo ressuscitou! Eis a Festa da Páscoa da Ressurreição, a data magna da cristandade. Por causa da ressurreição de Jesus, podemos ter fé e esperança, obter o perdão dos nossos pecados e a salvação de nossas almas. Com a ressurreição de Jesus, a morte foi vencida. E as Portas do Céu foram abertas para toda a eternidade.

'Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está o teu aguilhão?' 
(1 Cor 15, 55)

sábado, 19 de abril de 2025

SEMANA SANTA MAIOR: SÁBADO SANTO

    VIGÍLIA PASCAL

Estamos prostrados em silêncio diante o Santo Sepulcro. Hoje é o dia da bênção do Fogo Novo, do Círio Pascal, da renovação das nossas promessas do batismo. Cantamos o Exultet com Maria. Com Maria, Mãe de todas as vigílias, aguardamos, em súplice espera, a Ressurreição do Senhor.


Vamos nos juntar à devoção com que Maria, o discípulo amado, Maria Madalena e as santas mulheres recolheram, em seus braços, o corpo de Jesus descido da cruz por José de Arimatéia e Nicodemos. Com que ternura e amor Maria considera todas as suas chagas, olha todo o seu corpo dilacerado, beija todas as suas feridas! E o discípulo amado, como se projeta sobre aquele peito em que havia repousado a cabeça na noite anterior! Como o beija e se acende de vontade de se enterrar naquele peito aberto! E Madalena, como abraça os sagrados pés, de quem recebera o perdão; como os lava com as suas lágrimas e os enxuga com os seus cabelos! Entremos nos piedosos sentimentos dessas almas santas.

I - O QUE NOS ENSINA O ENTERRO DE NOSSO SENHOR

Este mistério nos ensina primeiro COMO DEVEMOS COMUNGAR. Depois que o adorável corpo foi deposto da cruz, Nicodemos trouxe cem libras de um perfume precioso, composto de mirra e aloés, para embalsamá-lo. José de Arimatéia ofereceu-se para envolvê-lo em linho branco e para levar o corpo até um sepulcro novo, talhado na rocha, que ainda não tinha sido utilizado; depois, a entrada do túmulo foi fechada por uma pedra, ficando sob a guarda da autoridade pública e a custódia de soldados. 

QUANDO O CORPO DE NOSSO SENHOR CHEGA ATÉ NÓS NA SAGRADA COMUNHÃO, DEVEMOS TAMBÉM ENVOLVÊ-LO COM O PERFUME DAS SANTAS INTENÇÕES, COM O PERFUME DAS BOAS OBRAS, COM A APRESENTAÇÃO DE UM CORAÇÃO PURO DA INOCÊNCIA, FIGURADA NAQUELE LINHO SEM MANCHA; COM UMA RÍGIDA DETERMINAÇÃO DE FAZER O BEM TAL QUAL A PEDRA DO SEPULCRO; UMA CONSCIÊNCIA INTEIRAMENTE RENOVADA PELA PENITÊNCIA; E, DEPOIS DA COMUNHÃO, DEVEMOS CERRAR AS PORTAS DO NOSSO CORAÇÃO COM A PEDRA E O SELO DO NOSSO RECOLHIMENTO, FRENTE A MODÉSTIA, MESURAS E ATENÇÃO COM NÓS MESMOS, COMO GUARDAS VIGILANTES PARA IMPEDIR QUE NOS ARREBATEM O TESOURO PRECIOSO QUE ACABAMOS DE RECEBER.

É assim que fazemos? Este mistério nos ensina, em segundo lugar, AS TRÊS PREMISSAS QUE CONSTITUEM A MORTE ESPIRITUAL A QUE ESTÁ CHAMADO TODO CRISTÃO, segundo a doutrina do Apóstolo: 'tomai-vos por mortos, porque mortos estais e vossa vida está escondida com Cristo em Deus'. O primeiro dessas premissas é AMAR A VIDA OCULTA; estar como morto, em relação a todas as coisas que podem ser ditas ou pensadas sobre nós, não buscar nem ver o mundo, nem ser visto por ele. Jesus, na noite do seu sepultamento, dá-nos esta lição. Que o mundo nos esqueça e até nos possa pisar, pouco nos importa. Nós não devemos nos preocupar com isso, mais do que se importa um morto. A felicidade de uma alma cristã é se esconder em Jesus e em Deus. Nossa perversa natureza se compraz em deleitar-se, em querer ser louvado, amado, ser distinguido de reputação e amizades; não lhe façamos caso; quanto mais sensível e extremado sejamos ao apreço dos outros, mais indigno este se torna e maior é a nossa necessidade de privar-nos dele. Que se nos livre da reputação, para que em nada nos levem em conta, que nem pensem em nós, que nos olhem com horror. Faça-se, Senhor, Vossa Santa Vontade! 

A segunda premissa da morte espiritual é USAR OS BENS SENSÍVEIS POR NECESSIDADE, SEM DAR-LHES NENHUMA IMPORTÂNCIA; não nos deleitar com a preguiça nem com os prazeres da vida, nem os prazeres da gula, nem a satisfação da curiosidade que quer ver e saber de tudo; estar, em suma, como mortos para os prazeres dos sentidos. Nesta segunda premissa é preciso juntar O ABANDONO DE SI MESMO À DIVINA PROVIDÊNCIA, abandono que, tal como um cadáver, nos deixamos levar, sem argumentar e nem querer ou desejar qualquer coisa, indiferentes a todas as coisas e a todas as ocupações. Quando deixarei de me amar desordenadamente? Quando morrerei em mim para viver somente em Vós?

II - O QUE NOS ENSINA A DESCIDA DA ALMA DE JESUS AO LIMBO

Este mistério nos ensina, em primeiro lugar, O AMOR DE JESUS AOS HOMENS. Ao deixar o sagrado corpo, sua santa alma poderia ter-se apresentado diante de Deus para descansar ali todas as suas dores; mas o seu amor para os homens o inspirou a descer ao limbo para consolar os Patriarcas e anunciar-lhes que, dentro de quarenta dias, eles o iriam acompanhar ao paraíso. É assim, pois, que o amor de Jesus não tem repouso. Após sua morte, como em sua vida, fez todo o bem possível aos homens. Obrigado, ó Jesus, mil vezes obrigado por este esforço em nos fazer tanto bem. 

Este mistério nos ensina, em segundo lugar, O NOSSO AMOR A JESUS. À vista dessa santa alma, os justos retidos não podem conter o seu júbilo e entoam cânticos de louvor, gratidão e amor, e entregam todos os seus corações ao Deus libertador. Eis aí os nossos modelos: Por que teríamos menos gratidão e amor, uma vez que Jesus morreu por nós e por eles, porque nos ama como amou a eles e, como a eles, nos prometeu seu Paraíso?

(Excertos da obra 'Meditações para todos os dias do ano para uso do clero e dos fieis', de Pe. Andrés Hamon, Tomo II).