391. A SAUDAÇÃO CRISTÃ
O famoso poeta protestante Klopstock contava, numa carta ao poeta Michael Denis que, numa viagem pela Suíça, todos os homens, quando descia do carro, lhe dirigiam a bela saudação: 'Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo'. Êle nunca ouvira aquelas palavras e não sabia que fossem uma saudação e, por isso, não sabia responder. Mas elas calaram no seu coração e mais tarde admirou-se de não ter pensado numa resposta tão natural e tão simples,como: 'Para sempre seja louvado'. Quando dela ficou sabendo, aquela saudação pareceu-lhe tão bela e tão oportuna para os cristãos de todas as condições que desejaria ouvi-la em tôdas as circunstâncias e em todo o lugar'.
Como seria belo, realmente se todos os cristãos a adotassem! E' a saudação cristã por excelência.
392. UMA BOA LIÇÃO
Foi nos primeiros anos do governo de Napoleão. Na vigília de Natal, um general convidara para uma ceia alguns oficiais graduados e um marechal. Terminado o banquete, surgiu a questão como passariam alegremente mais algumas horas. Um deles disse levianamente:
➖Vamos à missa da meia-noite.
➖ Ótimo! À missa da meia-noite!
Entraram na igreja de São Roque. Pode-se imaginar com que devoção entravam na igreja aqueles que haviam ceado lauta e alegremente; sem dúvida não procuravam outra coisa que satisfazer a curiosidade e passar o tempo.
Mas eis que, inesperadamente, um homem de baixa estatura, que se ocultara no seu capote, surgiu diante deles e lhes disse em voz alta e em tom seco e imperioso:
➖ Estais procedendo mal. Quando se vem à igreja, é preciso ter uma conduta conveniente ao lugar sagrado. Guardai respeito e permanecei em silêncio, senhores!
O homem oculto no capote era o Imperador em pessoa, Napoleão I, que fazia guarda na igreja de São Roque, em Paris.
393. UMA LUZ SAÍA DO TÚMULO
Numa ilha do Lago Maior, na Itália, um jovem e ardente diácono foi martirizado cruelmente. Seu nome era Arialdo. Os carrascos sepultaram o seu cadáver no mesmo sítio do martírio, julgando que tudo estava acabado. Mas eis que, à noite, uma luz vivíssima saía da tumba e todos os pescadores do lago, ao vê-la, acudiram ao local.
Oliva, a mulher perversa que o mandara matar, cansada do que se falava, ordenou que levassem o cadáver para uma outra ilha. Ali também se renovou o prodígio e com mais luzes ainda. O cadáver foi então arrojado a um sótão do castelo de Travallio. Mais fachos de luzes, que traspassavam as paredes e as profundidades, indicavam aos homens onde se achava o corpo do santo. Resolveu-se por isso, lançá-lo ao lago atado com uma grande pedra, para que o corpo não voltasse nunca mais à superfície. Note-se que o que aqui se refere está nas memórias contemporâneas sobre as quais não há motivo de dúvida alguma.
Dez meses depois, reapareceu o corpo à flor da água e foi posto intacto sobre a margem do Valtravaglia. Oliva teve receio e procurou sufocar a notícia do maravilhoso caso. Mandou transportar o corpo ao penhasco de Arona, encarregando seus servos de o destruírem a ferro e fogo. Mas tudo em vão. O povo da cidade de Milão, logo que soube do sucesso, saiu com bandeiras e armas à conquista do santo corpo.
Foi numa manhã luminosa: o corpo do mártir Arialdo, colocado numa nau, navegava ao largo do rio Ticino. O' maravilhoso triunfo da fé! Sobre as duas margens do rio, o povo estava apinhado, empunhando cruzes e velas. Repicavam os sinos. As crianças tocavam campainhas, toda árvore e todo lugar alto era ocupado pelos fieis desejosos de ver o corpo; os enfermos saravam, os pecadores choravam suas culpas e todos se sentiam trocados e mudados para uma vida melhor (cf. Meda Bassorilievi). Como o esplendor dos santos, assim é a força e a luz da verdade que emana da Igreja. Em vão se quer combater a fé, combater o papa. A Igreja triunfará com Cristo hoje, e sempre, e por todos os séculos.
(Excertos da obra 'Tesouro de Exemplos', do Pe. Francisco Alves, 1958; com adaptações)